domingo, 8 de julho de 2012

Lupércio

Prima na cidade. Família é uma coisa engraçada. Ficamos sem ver as pessoas um tempão e quando nos reencontramos é como se o tempo não tivesse passado. Tenho um carinho enorme pela Carlene. Sempre foi referência de coragem e decisão em muitos momentos da minha vida. Sabe o que quer e vai atrás sem perguntar a quem. Um dos momentos mais divertidos juntas é quando ela começa a contar casos da família que nunca fiquei sabendo. Claudinha, minha outra prima, também tem este poder maravilhoso. Acho ótimo descobrir os podres da família que todo mundo tenta deixar embaixo do tapete. Que família não é assim? Que atire a primeira pedra quem tiver a família perfeita. Aliás, não quero nem saber. Não tem nada mais chato que o perfeito.

Para celebrar a vinda da Carlene a levei como cobaia a vários lugares que eu queria ir. Como eles sofrem na minha mão…. Vocês acham que sempre acerto e como comidas maravilhosas? Claro que não. É que estes casos eu pulo e nem me dou ao trabalho de lhes contar.

Mas o Lupércio vale à pena. Fomos sem saber muito. Apenas que era de um chef novo que havia aberto o local a pouco tempo. Era um dia de chuva e o restaurante nos abraçou como um cobertor. Meia Luz, música agradável, acústica perfeita e uma mesa ao lado da janela que me fez sentir em Londres no meio de tanta água.


Senti que a tarde ia longe e pedimos um vinho… Tem algumas coisas que não há como errar. Mentira, sempre tem alguém que consegue errar o mais simples dos pratos. Mas ainda bem que este não foi o caso. Para beliscar pedimos a Mozzarela Bufalina que veio com um toque de limão siciliano, azeite e pimenta dedo de moça. Quando ela chegou sabia que estava no lugar certo. 


Este pão estava de matar. Como boa mineira tenho uma queda gigantesca por queijos de uma forma geral e outra queda maior ainda pelos pães… 

Confesso que fiquei perdida no cardápio. Tudo parecia bom… Estava frio, chovendo e sem hora pra sair. Respirei fundo e enfrentei uma bela carne e uma massa. Tagliata de Manzo se chamava o meu prato. Filé mignon grelhado e fatiado servido com tagliatelli na manteiga e funghi porcini. De chorar. Não tinha nada de óbvio no prato. Adoro quando isto acontece. A gente dá uma mordida esperando um sabor e vem outro muito melhor. Sabe quando você fica tentando adivinhar como foi feito e quais temperos foram usados? Sério. Muito sério. Esse prato me levou às alturas.


Só de olhar pra foto já fiquei salivando de novo…. O que me faz lembrar que preciso voltar lá com urgência. Carlene pediu o Entrecote et Pommes de Terre Rôtres. Deixando a frescuragem de lado. Era um belíssimo e tradicional contra filet grelhado servido com molho bernaise e batatas ao forno. De novo. De óbvio não tinha nada. Acho que isto foi o que mais me impressionou. Me surpreenderam. 


O atendimento foi primoroso. Adoro ser mimada nos restaurantes. Me senti especial. E quando a gente achava que não cabia mais (sou tão fina), nos deparamos com as opções de sobremesa. Resolvemos dividir porque não ia dar para comer uma inteira sozinha. Não dava? Mas essa dava…. E em um momento de loucura quase roubei o prato pra comer sozinha embaixo da mesa. Passado o momento Ally Mcbeal (de novo, só vale pra geração antiga) resolvemos que seria mais prudente cada um pedir o seu. Voltei a saborear civilizadamente o Canolli de chocolate branco, manga e mascarpone. Sem mais, segue a foto:


Carlene se aventurou pelo Mil folhas de limão siciliano e também não se arrependeu. Quase fomos as duas parar embaixo da mesa! Quando me empolgo com uma comida fico com vergonha de mim mesma. Coitados dos que estão à minha volta! 

Vou parar de falar para que vocês saiam correndo e vão até lá experimentar. Já estão atrasados!

Lupércio
Onde: Al. Ministro da Rocha Azevedo, 1373 - Jardins / SP
Site: www.luperciorestaurante.com.br



sábado, 7 de julho de 2012

Beato

Estou sempre buscando um lugar novo e diferente para ir comer. Sempre procuro por algo que tenha um charme a mais, algo fora do comum. Vocês nunca vão me ver, por exemplo, procurando por um restaurante no Comer e Beber da Veja. Me desculpem. Que me batam os que acham que estou falando um absurdo. Mas vou me explicar. Não faço isso simplesmente por que nunca sei a cara que o restaurante tem. Não escolho um lugar simplesmente pelo nome. Escolho através de uma notinha que li no jornal e me chamou à atenção; ou por uma indicação de um amigo, ou simplesmente porque passei na porta e achei interessante.

E foi assim que cheguei no Beato. Descobri que uma revista de decoração que gosto (Wish) tem uma coluna todo mês sobre espaços Gourmets. Hoje em dia quando compro a revista, vou direto nesta parte. É garantia de que o lugar será charmoso pelo menos. Seguindo as dicas já fui em lugares bonitinhos mas ordinários em que a comida não tinha nada de mais. E era cara. Vocês sabem como fico irritada por pagar caro por comida ruim.

Mas este me ganhou em todos os sentidos. Vou começar pelo lugar em si. Uma portinha na rua dos Pinheiros, no quarteirão seguinte ao Le Jazz. Este aliás vale um post à parte, mas fica para outro dia. Se você não prestar atenção pode passar batido. Mas assim que você pisa no restaurante ele te leva pra outro lugar!



Refrescante. Esta é a palavra que eu usaria para a atmosfera do lugar. Adorei as cadeiras de espaldar super altas! Subimos e nos sentamos ao lado da janela e fomos super bem atendidas! De novo, o atendimento. Nunca me canso de repetir que faz a diferença.

Fomos em um domingo para almoçar e o dia estava lindo. Éramos quatro sendo que duas de nós estávamos completamente gripadas; eu entre elas. Imaginem se eu estivesse com o paladar totalmente apurado? Teria sido de matar!


Imaginem este pão recém saído do forno? Com uma manteiga que estava no ponto…. Aliás, um parênteses: vocês não odeiam quando a manteiga chega à mesa dura como pedra? Ou você espera ela derreter e o pão esfria ou você tenta passar e ela acaba como o pão! Bom, esta estava perfeita.

Vinho aqui, vinho ali e chegaram os pratos…


Eu e Cá, pedimos o Atum. Ele veio com risoto cítrico, com chips de figo e flor de sal defumado. Estava  uma delícia, mas o chips de figo estava mais pra decoração que qualquer outra coisa. Poderia ser mais ousado e ter em maior quantidade...


Já a Cá e a Cá… Isso mesmo. Éramos eu, Camila C, Camila N e Carina H. Sempre que falo Cá, ninguém nunca sabe de qual delas estou falando… rsrsrs Isso porque na turma ainda temos uma Carol e mais uma Camila S, que não puderam ir…. Continuando; a Cá e a Cá, pediram um Spaghetti ao Frutos do Mar. Estava bonito e bem gostoso! Claro que sempre experimento tudo!

Para sobremesa pedi um Mil Folhas com chocolate branco e mangas caramelizadas. Gente! Gente! Gente! De f os convidados, como diria meu amigo Igor.


Minha gripe melhorou na hora. Não podia me dar ao luxo de não sentir este gosto! As meninas pediram o bom e velho Petit Gateau…. E um deles explodiu na cozinha. Esta foi a explicação que o chef em pessoa veio nos dar. Aliás, ele foi muito gentil e nem cobrou a sobremesa por conta deste incidente.

Fiquei curiosa pra ver o ambiente à noite. O chef falou que fica super charmoso. Vou ser obrigada a voltar…. Fazer o que? Tem certos sacrifícios que a gente tem que fazer na vida…. Quem se habilita?

BEATO
Onde: Rua dos Pinheiros, 174 - Pinheiros - SP
Site: www.beatorestaurante.com.br


348 Finalmente


348. Depois de tanto tempo, finalmente fui! A expectativa era grande e sempre fico com receio de me frustrar. Mas já adianto que se vale um post alguma coisa ele tem de bom! E como tem?

Carne. Ponto. Ele promete o que cumpre. Quer uma carne sem frescura e impecavelmente preparada? Achou o lugar!

A decoração é um pouco antiquada. Como arquiteta a gente sempre fica com vontade de mexer aqui ou ali... Mas a ótima recepção facilmente desvia nossa atenção. O atendimento foi impecável. Do início ao fim. Sempre acho que um bom atendimento faz toda a diferença. Não importa o lugar.

Aos que me conhecem bem, sabem como mergulho no trabalho e sem perceber se passa um mês sem ter visto a luz do dia. Sei que cabe a mim equilibrar minha vida, mas agradeço imensamente aos meus amigos que literalmente me obrigam a respirar um ar puro. Desta vez não foi diferente.

Pedimos um Ojo de bife que me fez bater na mesa e repetir a cena de Harry & Sally. Claro, que somente os mais velhos entenderão a referência. Mas se vale o comentário, a minha batida na mesa não foi fingimento. Nos  esbaldamos tanto com a carne e o vinho que não ousei macular esse sentimento com uma sobremesa. Olha que isto vindo de mim tem um certo peso!


A carne estava extremamente macia e saborosa. De acompanhamento enfrentamos sem medo batatas com alho (Papatasso). Bastante alho! Como é bom….

Valeu a espera? Valeu! Só me arrependi de não ter ido antes! Vale o retorno? Sem a menor sombra de dúvida!

348
Onde: Rua Comendador Miguel Calfat, 348 - Vila Olímpia - SP
Site: www.restaurante348.com.br